Ode à Baudelaire
"Tenho idéias, mas não tenho incentivo.
Tenho empolgação, mas pareço a única.
Preciso de tempo e lugar.
Apoio e compreensão.
Oh, Mephistófoles! Oh, Silfíades! Salamandras! Ondinas! Faunos! Quê hei de fazer?
Jogar às traças minhas vontades e mandar minha criatividade às favas?
Bem, já que só penso em coisas assim...
Em diversão com motivos trevosos e saudosos,
Tenebroso será meu desafio.
Como vencer as próprias sombras?
E as sombras criadas, sem que percebamos de imediato,
Pelas árvores que nós mesmos plantamos?
"Pedro negou cristo por 3 vezes!
E foi muito bem feito!!!"
Vou arder?
Quem se importa?
Há agora um buraco em minha barriga,
Pois o vazio corrói tudo,
Consome a carne e o sono.
Os vermes reclamam em seu recital,
Mas amanhã a sensação será boa.
A dor vira prazer e a chaga diminuirá gradativamente.
Tanta coisa de uma só vez,
Quem entenderá, quem já o fez?
As chamas rasgam a garganta
E os vermes vociferam e clamam por vômito à digerir.
A privação enobrecerá e purificará o templo
De belas e escondidas pálidas colunas.
O mais forte resistirá!
E eu não cairei em tentação, amém!
Preciso dormir, a madrugada engalfinha a consciência
Que luta e cria contra-gostos,
Na solitude de um tempo assustadoramente desperdiçado.
O quê direis, majestade?
Seus olhos cegos impediram de ver a luz dos postes.
Beijos fractais de promessas reais,
Em noites já esquecidas... escondidas.
Só as sabemos na saudade e no sonho de "e se tivesse"; "e se fosse"; "e se"...
Entradas forçadas, diâmetros diminuídos,
Atração irresistível, contenção signatária.
Oh, lâmina que sangra!
Teu sangue ímpar me aguça as mais profanas visões!
Blasfêmia, oh!
Bode herege!
Quem diria o contrário?
Rosário de espinhos que oro em preces ocas e silenciosas...
Pq teu choro nunca visto, tinha gosto de Lua,
Sobretudo quente e frio, um paradoxo noturnal.
Ah, vermes gritantes, calai-vos!
Não percebem que preciso morrer?
Só por ora abandonar a carne e adormecer o veneno.
Implorem, mas não vos antenderei:O sofrimento físico traz-no orgulho ao esperar.
O sacrifício emocional traz muito mais e menos,
Numa roda complexa de devastação e êxtase.
São apenas momentos.
O bem estar passa, a dor passa,
O coração tudo guarda, tudo anseia,
Sem freios, mesmo enjaulado, impassivelmente guardado.
Contorçam-se!
Contorçam-se!
Não cederei.
Quanta urgência têm as tripas,
Quanta urgência tenho segregada...
Oh, queimem!
Queimem!
ps.: Borboleta em homenagem ao meu caro amigo: Fabrício Romano! [ahuhauhua]
Um comentário:
Gosto muito dos textos que tu escreve Bárbara!
Abraços
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