segunda-feira, janeiro 19, 2009

Demências Noturnas.





Ode à Baudelaire



"Tenho idéias, mas não tenho incentivo.

Tenho empolgação, mas pareço a única.

Preciso de tempo e lugar.

Apoio e compreensão.

Oh, Mephistófoles! Oh, Silfíades! Salamandras! Ondinas! Faunos! Quê hei de fazer?

Jogar às traças minhas vontades e mandar minha criatividade às favas?

Bem, já que só penso em coisas assim...

Em diversão com motivos trevosos e saudosos,

Tenebroso será meu desafio.

Como vencer as próprias sombras?

E as sombras criadas, sem que percebamos de imediato,

Pelas árvores que nós mesmos plantamos?


"Pedro negou cristo por 3 vezes!

E foi muito bem feito!!!"



Vou arder?

Quem se importa?

Há agora um buraco em minha barriga,

Pois o vazio corrói tudo,

Consome a carne e o sono.

Os vermes reclamam em seu recital,

Mas amanhã a sensação será boa.

A dor vira prazer e a chaga diminuirá gradativamente.

Tanta coisa de uma só vez,

Quem entenderá, quem já o fez?

As chamas rasgam a garganta

E os vermes vociferam e clamam por vômito à digerir.

A privação enobrecerá e purificará o templo

De belas e escondidas pálidas colunas.

O mais forte resistirá!

E eu não cairei em tentação, amém!

Preciso dormir, a madrugada engalfinha a consciência

Que luta e cria contra-gostos,

Na solitude de um tempo assustadoramente desperdiçado.

O quê direis, majestade?

Seus olhos cegos impediram de ver a luz dos postes.

Beijos fractais de promessas reais,

Em noites já esquecidas... escondidas.

Só as sabemos na saudade e no sonho de "e se tivesse"; "e se fosse"; "e se"...

Entradas forçadas, diâmetros diminuídos,

Atração irresistível, contenção signatária.

Oh, lâmina que sangra!

Teu sangue ímpar me aguça as mais profanas visões!

Blasfêmia, oh!

Bode herege!

Quem diria o contrário?

Rosário de espinhos que oro em preces ocas e silenciosas...

Pq teu choro nunca visto, tinha gosto de Lua,

Sobretudo quente e frio, um paradoxo noturnal.

Ah, vermes gritantes, calai-vos!

Não percebem que preciso morrer?

Só por ora abandonar a carne e adormecer o veneno.

Implorem, mas não vos antenderei:O sofrimento físico traz-no orgulho ao esperar.

O sacrifício emocional traz muito mais e menos,

Numa roda complexa de devastação e êxtase.

São apenas momentos.

O bem estar passa, a dor passa,

O coração tudo guarda, tudo anseia,

Sem freios, mesmo enjaulado, impassivelmente guardado.

Contorçam-se!
Contorçam-se!
Não cederei.

Quanta urgência têm as tripas,
Quanta urgência tenho segregada...

Oh, queimem!
Queimem!
Não comerei!!!"

By me: 29/Nov/2007.

ps.: Borboleta em homenagem ao meu caro amigo: Fabrício Romano! [ahuhauhua]


Um comentário:

Letícia Losekann Coelho disse...

Gosto muito dos textos que tu escreve Bárbara!
Abraços